
Estou Amarga.
A saliva é a mais ácida das chuvas no céu de minha boca.
Céu de estrelas mortas por meus lamentos.
Sou mais fria e inerte que as pedras que guardo com zelo,
Mais dura que as árvores que toco,
Mais agressiva que o pássaro com tendências assassinas que crio.
Assemelho-me ao universo; mas ele, caridoso, não me supera.
Sou imbatível!
Contra mim, sempre perco as batalhas.
Encontro-me entre brumas, perdida na busca de minha Ilha particular.
Estática
Sem sensibilidade
Nadando em erros, esquecendo que não sei nadar.
Não posso clamar teu abraço,
Confabular nosso futuro entre os passos da juventude no final.
Não posso almejar nossos sussurros macabros,
Dialeto de dois estranhos unidos umbilicalmente.
Unidos por um fio de prata que nos conecta a quilômetros,
Permite o livre fluxo de energias... sem medo.
Na medida em que se desprende um pedaço de mim
um isômero afasta-se de ti, meu caro menino.
Assim sendo, fica difícil nos erguermos, não?
Creio em mudanças mesmo quando estou descrente de mim,
De meus murros em espinhos enferrujados
por minhas lágrimas - as mais básicas das tentativas de fuga,
as mais covardes das omissões.
Dessa forma tento seguir.
Com esses pés cansados, faço minha trilha na floresta dos riscos.
Às vezes em círculos,
Às vezes guiada pelo singelo progresso.
Tu és minha bússola,
Só preciso te encontrar com vida.